sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Leviatã impotente

A leitura de Thomas Hobbes (1588-1679), autor do clássico Leviatã, nesses dias em que a morte está tão banalizada, melhor dizendo, banal a morte sangrada em desditas entre os homens...
O sentimento de impotência frente as coisas que consideramos absurdas, mas que nos assombram pelas ruas de nossa querida cidade, em repetições insistentes a lembrar-nos que são todas nossas as mazelas sociais que impregnam o cotidiano de Belém.
Entendo que precisamos repactuar o nosso "contrato social", a vida está valendo muito pouco... O homem lobo do próprio homem... Hobbes é tão atual, as vicissitudes humanas nos arrastam ao turbilhão das paixões malogradas que desembocam em torrentes de violências de vários matizes: doméstica, psicológica, urbana...
Hobbes debruçado sobre as paixões humanas, percebe  a instabilidade, inconstância e desconfiança nas relações dos homens, tudo isso vai gerar um medo mútuo, os homens desconfiam uns dos outros... em busca de segurança, os homens se atacam, visando conquistar a segurança eliminam o pretenso opositor, a imaginação ilimitada forja uma interminável sucessão de horrores.
No estado de natureza resta ao homem o medo e a esperança.
Para Hobbes a condição racional dos homens impede o aniquilamento da espécie humana, o medo da morte é considerado por ele como o maior de todos os males que existem, a razão faz perceber a necessidade de freiar as paixões que podem levar o homem à destruição, o "pacto social" garante a vida e a segurança que o estado de natureza não pode garantir.
Estaríamos vivendo atualmente em Belém um estado de natureza, isto é, as paixões humanas estão descontroladas e o nosso Leviatã impotente para reagir à barbárie?!

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